Fonte: Gospel Prime/Reunião das crianças (Foto: Evandro Sudre) |
Nunca deixarei de crer que o evangelho do meu Jesus é o poder para transformação da vida do homem. O casal de brasileiros Júlio e Angelica Quirino vivem esse principio na prática, ao realizar uma obra missionária na favela que abriga cerca de 1 milhão de habitantes, na África.
A realidade de pobreza na favela é alarmante. Há bairros inteiros em que a única forma de habitação são barracos feitos de latão ou de barro (pau a pique). Os barracos possuem basicamente um cômodo, sem banheiros, sistema de esgoto ou água encanada.
O casal deixou o Brasil há 14 anos e iniciou uma jornada missionária no continente africano. Eles chegaram ao Quênia, no leste da África com os dois filhos ainda bem pequenos, Raquel com 3 anos e meio e Samuel com 7 meses.
Ao longo desse período, o casal tem servido em diferentes ministérios. Nos primeiros 10 anos eles focaram seu trabalho no evangelismo de muçulmanos e tiveram vários frutos, alguns deles atuam hoje como missionários.
Em Kibera, o casal trabalha com pessoas de todas as faixas etárias, mas focalizando projetos de assistência às mulheres e crianças, que são as mais vulneráveis diante dos desafios da favela. Os projetos que desenvolvem abrangem atividades com futebol, evangelismo nas escolas, estudos bíblicos, treinamento de evangelismo de muçulmanos, treinamento de pastores e líderes, cursos para a comunidade e apoio à Igreja perseguida. Todas as atividades giram em torno de evangelismo, discipulado e apoio a comunidade.
Lá em Kibera há também uma igreja fundada pelos Quirino. O nome da igreja é Kibera New Life Church (Igreja Kibera Nova Vida). Alguém talvez pergunte: “Por que eles decidiram estabelecer uma igreja na favela?” Porque onde a maioria só vê os problemas, o casal vê potencial nas pessoas. “Apesar dos grandes problemas sociais encontrados na favela, existem tesouros escondidos nas vidas que residem ali”, afirma Júlio.
Na igreja é surpreendente a presença massiva das crianças. Durante os cultos é comum encontrar o número de crianças bem superior ao de adultos. Uma curiosidade é que quando é necessário separar os dois grupos, não são as crianças que saem para o seu culto particular, mas os adultos. As crianças permanecem no salão de culto para terem seu tempo de celebração.
Com o apoio da liderança queniana da igreja que plantaram, foi organizado um coral infantil com 24 vozes. O coral se chama Kibera Children’s Choir. O objetivo dessa iniciativa é libertar as crianças do ciclo e jugo da pobreza espiritual e física e permitir que elas descubram seus talentos musicais, encontrem uma forma para contribuírem com o seu próprio sustento (por meio das apresentações do coral) e sejam preservadas de ameaças como a marginalidade, a exploração infantil e o aliciamento do fundamentalismo religioso:
“O Al-Shabab, grupo fundamentalista islâmico da Somália está recrutando crianças de Kibera para realizar ataques terroristas no Quênia. Precisamos alcançar essas crianças para livrá-las das mãos dos terroristas”, argumenta James, missionário queniano, com um ar de preocupação.
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Num projeto ambicioso, o coral de crianças de Kibera está se preparando para sua primeira apresentação internacional. Uma agenda de apresentações está sendo montada com um grupo de igrejas em diferentes países. Há planos de uma turnê pelo Brasil, Europa e EUA para o próximo ano. Os convites para apresentações podem ser feitos por meio do site do coral:facebook.com/kiberachildrenschoir e pelo e-mail kiberachildrenschoir@gmail.com
A missionária Angélica comenta sobre o potencial que existe para se fazer muito mais em meio a carência do povo de Kibera e lança um desafio: “As necessidades aqui são imensas e nosso desejo de servir também. Felizmente, não estamos sozinhos aqui. Temos recebido o apoio de vários voluntários e a doação de recursos de pessoas que acreditam no projeto. Contudo, seria possível fazer muito mais pelo povo se tivéssemos o apoio de um número maior de pessoas”.
Entre as duas principais necessidades do casal estão a aquisição de um veículo para o transporte das crianças e a compra de um local próprio para o desenvolvimento dos projetos, já que os alugueis são caros em Nairóbi e os donos das casas olham para o missionário como se fossem uma mina de ouro.
Maiores informações sobre o como ajudar o ministério da Família Quirino podem ser obtidas por meio do seguinte endereço eletrônico: julio.quirino@aimint.org
* Colaborou Jairo de Oliveira
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