A proximidade de Donald Trump com líderes evangélicos é um fato conhecido e divulgado desde sua campanha presidencial. Ao contrário de muitos políticos que busca esse tipo de relação apenas em período eleitoral, o presidente dos Estados Unidos e vários membros do seu gabinete se reúnem todas as quartas para fazer estudos bíblicos e orar.
É a primeira vez em pelo menos cem anos, que integrantes do gabinete presidencial dos Estados Unidos participam desse tipo de atividade religiosa. Quando estão em Washington, participam o vice-presidente, Mike Pence, o secretário de Estado, Mike Pompeo, a secretária de Educação, Betsy DeVos; o secretário de Energia, Rick Perry, o da Justiça, Jeff Sessions, o de energia, Rick Perry, e o de Agricultura, Sonny Perdue. Em média são dez membros do gabinete presidencial.
Essas reuniões duram entre 60 e 90 minutos e geralmente são lideradas pelo pastor Ralph Drollinger, um ex-jogador de basquete profissional, hoje com 63 anos. Ele e sua esposa Danielle fundaram a Capitol Ministries, dedicando-se a levar a palavra de Deus a políticos e funcionários públicos.
Durante a universidade, Drollinger se converteu e começou a estudar a Bíblia. Mesmo com a oportunidade de jogar em grandes times da NBA ele optou em jogar pela equipe do ministério Atletas em Ação, similar aos Atletas de Cristo, no Brasil. Ele jogou basquete em 35 países, sempre pregando o evangelho e dando seu testemunho no intervalo.
Iniciado na Califórnia, a Capitol Ministries está desde 2010 em Washington, onde mantém um grupo de estudos bíblicos para membros do Legislativo, que atualmente reúne cerca de 50 integrantes. Em março de 2017, pouco tempo depois de Trump assumir a presidência, eles começaram as reuniões na Casa Branca.
Segundo revela o pastor de alguns dos homens mais influentes do mundo, por iniciativa de Mike Pence, hoje muitas das pessoas do primeiro escalão “são fortes em Cristo”. Trump não consegue participar regularmente, mas recebe as oito páginas que Drollinger prepara para o estudo semanal.
“Ele me responde de volta, com anotações”, garante o pastor. Na verdade, esses estudos bíblicos não são privados ou secretos. Qualquer um pode lê-los online no site do ministério.
É possível ver que eles defendem os fundamentos do casamento tradicional, consideram as relações de pessoas do mesmo sexo “ilegítimas sob os olhos de Deus” e faz questão de deixar claro que “as escrituras não apoiam o comunismo”. Como é um dos temas que mais incomodam os críticos do seu trabalho, o pastor afirma que a Bíblia claramente ensina a separação entre Igreja e Estado.
Nesta quarta-feira (11), a rotina dos estudos foi interrompida pela visita de 68 pastores da Convenção Batista do Sul, a maior dos EUA. Os líderes evangélicos, acompanhados de suas esposas visitaram o Gabinete Executivo, localizado ao lado da Casa Branca, para participar de uma reunião de 90 minutos com toda a equipe da Casa Branca.
Mike Pence foi recebê-los pessoalmente. Segundo o pastor Jack Graham, de uma grande igreja do Texas: “É muito bom saber que o presidente, o vice-presidente e toda essa administração estão totalmente comprometidos com os temas bíblicos que nos preocupam profundamente – a santidade da vida, da família, o apoio a Israel, a liberdade religiosa e a garantia de uma nação forte, sob o comando de Deus”.
Também fazia parte do grupo o pastor Robert Jeffress, que muitas vezes já foi para a televisão defender o presidente Trump. Ele disse que é sempre bom ouvir os líderes do país pedindo que a Igreja ore por eles, algo que esta semana puderam fazer pessoalmente.
Com informações de Christian Post e BBC