Reprodução: Gospel Prime |
O atual conflito entre Israel e os palestinos tem sido noticiado
diariamente pela imprensa mundial. Contudo, invariavelmente o foco é no
número de mortos e na extensão dos ataques. A grande maioria não avalia o
conflito de uma maneira mais ampla, considerando que ele tem um longo
histórico.
A justificativa da nova onde de ataques é o incidente
que resultou na morte de 3 seminaristas judeus na Cisjordânia ocupada
dia 12 de junho. Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de
junho, com marcas de tiros. O governo de Israelense responsabilizou o
Hamas, grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza. No dia 1º de julho,
um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental.
Ele foi queimado vivo por três extremistas judeus que estão presos e
responderão pelo crime que chamam de “vingança” pela morte dos 3 jovens
judeus.
A partir de então, Israel levou um grande contingente
militar para a região de Hebron. Dezenas de membros do Hamas foram
detidos. Isso gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza. Como
retaliação, foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.
Desde 8 de julho, se iniciou um intenso bombardeio de foguetes contra o
sul de Israel por parte de ativistas palestinos. Com a resposta do
governo israelense, na operação chamada “cerca de proteção”, iniciou-se o
combate mais sangrento na região dos últimos anos.
Autoridades
palestinas dizem que já ocorreram 170 mortes durante a ofensiva,
deixando ainda e 1.280 feridos, na maioria civis. Foram presos 23
palestinianos, incluindo 11 militantes do Hamas.
Até o momento
foram cerca de 1.100 projéteis lançados pelos palestinos a partir de
Gaza. Pelo menos 780 atingiram Israel, mas sem vítimas fatais. O Domo de
Ferro (sistema antimísseis israelense) interceptou boa parte dos
foguetes lançados contra seu território. Pelo menos três foguetes foram
lançados pelo Hamas a partir do Líbano, mas atingiram zonas desabitadas
na região de Nahariya, afirma o porta-voz do Exército de Israel. Um dos
ataques frustrados do Hamas foi contra a principal instalação nuclear em
Israel, localizada na cidade de Dimona.
O ataque queria atingir o
centro de pesquisa de Negev, onde acredita-se estar situado o programa
de armas atómicas israelita, divulgou o jornal inglês The Telegraph.
Caso tivesse sido bem sucedido, a região experimentaria o pior acidente
nuclear dos últimos anos.
Na manhã de hoje (14) foram
interceptados pelo exército israelense mais de um drone (veículo aéreo
não tripulado). O ataque foi divulgado pelas brigadas Al-Qassam, grupo
paramilitar ligado ao Hamas.
A agência de notícias Reuters
noticiou que as forças israelenses lançaram milhares de panfletos na
fronteira do norte de Gaza com Israel. Eles pediam para as pessoas
saírem de casa pois atacariam a região, onde afirmam A que o Hamas
escondeu suas armas. Foi dado tempo para que os moradores saíssem do
local até o meio-dia de domingo. Já são mais de 70 mil refugiados,
segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem
abrigado muitos deles em suas oito escolas na região.
Segundo o
governo de Israel, a estratégia do Hamas é criminosa e brutal. Ao
dispararem seus foguetes o fazem a partir de áreas civis densamente
habitadas. Eles sabem que o exército israelense usará sua tecnologia
para revidar, disparando contra o local de origem do ataque.
Como
os guerrilheiros do Hamas se escondem em bunkers subterrâneos, tornam os
civis que vivem na região verdadeiros “escudos humanos”. Curiosamente,
nas redes sociais multiplicam-se as acusações de que Israel está
provocando um genocídio pois ataca um povo que não tem exército, nem
marinha nem aeronáutica. Esquecem porém, que os grupos terroristas como
Hamas e Hezbolah (que controlam o território palestino) tem poder de
fogo maior que muitos países.
Dentro da própria Palestina há
divisão de opinião. Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina
veio a público criticar o Hamas, dizendo que os palestinos só têm a
perder com essa nova guerra com Israel. Em entrevista à CNN, o
presidente do país, Shimon Peres, admitiu que pode fazer para breve uma
ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. A BBC noticiou que o exército já
chamou 40 mil reservistas.
Por causa do grande número de mortos na
última semana, existe uma pressão internacional para que os ataques
parem. Em pronunciamento oficial, o ministro das Finanças, Yair Lapid,
afirmou “Neste momento o governo israelense não está respondendo aos
esforços voltados a um cessar-fogo, porque primeiro queremos garantir
que o Hamas não terá vontade de fazer o mesmo em um ano ou em seis
meses”.