segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Cantor gospel Nelson Ned morre aos 66 anos



Morreu neste domingo, 5, às 7h25, no Hospital Regional de Cotia, o cantor Nelson Ned. Ele estava internado desde sábado e foi vítima de complicações de uma pneumonia. A saúde do músico estava debilitada desde 2003, quando ele sofreu um AVC, que causou a perda da visão de um olho, e o deixou em uma cadeira de rodas. A cremação estava prevista para ontem, às 21 horas, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, mesmo local do velório.

Sempre privilegiando o repertório ultrarromântico, Nelson Ned, mineiro de Ubá, filho de uma professora e de um fazendeiro, começou sua carreira muito jovem, nos anos 1960, cantando no rádio canções talhadas a seu vozeirão, como Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo/Francisco Mattoso).
O auge do sucesso – não só no Brasil, mas em países da América Latina (México, Argentina, Colômbia), onde fez longas turnês e alcançou grande popularidade, da Europa e da África e nos Estados Unidos – foi nos anos 70 e 80, em que o gênero brega estava em alta.
Gravou 32 discos em português e em espanhol e vendeu mais de 45 milhões de cópias de LPs e fitas, numa época em que a pirataria ainda não ameaçava a indústria fonográfica. Toda a discografia foi lançada em CD. Cantou no Carnegie Hall por quatro vezes e no Madison Square Garden, ambos palcos de grande prestígio de Nova York. Dividiu microfones com ídolos mundiais, como o norte-americano Tony Bennet e o espanhol Julio Iglesias.
No Brasil, lotou estádios e teatros e foi presença frequente em programas populares de auditório, em especial os de Chacrinha, Silvio Santos e Raul Gil. Participou de festivais da canção e teve composições gravados por seus pares, como Moacyr Franco, Antônio Marcos e Agnaldo Timóteo.
O maior sucesso em sua voz foi Tudo Passará, composição própria que gravou em 1969. Depois dos anos 1990 passou a gravar louvores evangélicos, em português e também em espanhol e inglês, por conta de sua conversão religiosa. A música gospel lhe deu discos de ouro que não recebia desde a década de 1980.
Em 1996, lançou, com o autor Jefferson Magno Costa, a biografia O Pequeno Gigante da Canção, depois traduzida para o espanhol. Ned não tinha problemas em falar sobre seu nanismo – tinha 1,12 metro –, assim como a dependência de álcool e de cocaína, a depressão que enfrentou ao longo da trajetória artística e o fato de ser considerado um dos ícones do brega.

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