A Justiça da cidade de Americana , São Paulo, sequestrou os bens do
líder da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil. Ela é
chamada de “igreja da maconha” e foi fundada por Geraldo Antonio
Baptista, 53 anos.
Mais conhecido como “Geraldinho Rastafári”, ele está preso desde
agosto, acusado de tráfico de drogas. Foram encontrados 37 pés de
maconha em sua casa. Agora, os bens do religioso, incluindo o imóvel que
é sede da Igreja, não podem ser vendidos antes dele ser julgado pela
Justiça.
Marlene Martins, esposa de Geraldinho e uma das responsáveis pela
igreja desde que ele foi preso, a rotina dos cultos não foi alterada.
“Perdemos nossa liderança, então o movimento cai um pouco. Muitos
universitários, principalmente, ficaram com receio após a prisão. Mas
continuamos funcionando normalmente”, ressaltou.
O Ministério Público não se pronunciou sobre o caso, mas sabe-se que a próxima audiência do caso ocorrerá dia 17 de janeiro.
A defesa alega que Geraldinho cultivava maconha para uso religioso,
algo permitido pela legislação brasileira. A droga seria consumida
apenas em ocasiões de culto. O argumento pela liberação é o mesmo usado
pela religião do Santo Daime, que usa nas cerimônias um chá elaborado
com a erva alucinógena ayahuasca.
“Nossos advogados são os mesmos, e nosso objetivo é provar que podemos usar a cannabis ritualmente”, explica Marlene.
Enquanto isso, Marlene e os seguidores da “igreja da maconha”, além
de simpatizantes da causa, têm se mobilizado pela internet numa campanha
em favor da libertação de Geraldinho.
Mais de 3.200 pessoas já assinaram uma petição online, que pede a
libertação do líder preso e advoga a liberdade religiosa no país. Os
advogados de Geraldinho já adiantaram que, durante o julgamento,
mostrarão como a maconha pode ser usada de forma ritual nos cultos da
igreja. Eles entendem que a Justiça não desrespeitará o item da
Constituição que garante liberdade religiosa aos brasileiros.
“Nosso objetivo é defender não só a liberdade do Geraldinho, mas
também a liberdade religiosa, garantida a todos os brasileiros pela
Constituição”, finaliza Marlene. “O uso cerimonial da cannabis [nome
científico da maconha], que para os adeptos da cultura Rastafári
Niubingui é sagrado.”. As informações são do UOL.
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