Religiosidade dentro e fora do campo. Foi a tônica da entrevista
concedida pelo goleiro Júlio César, titular absoluto no clube paulista
Corinthians. Evangélico desde 2005, o jogador que é membro da Igreja
Apascentar de Guarulhos (SP) converteu-se quando ainda namorava Simone,
hoje sua esposa. O encontro para a entrevista aconteceu no estúdio onde
Júlio produzira um novo material para seu site pessoal. Perguntas sobre
os lances da rodada, gols sofridos, vitória e derrota nas partidas,
abriram espaço para outro lado do atleta: o servo de Deus.
Ser evangélico, segundo Júlio, ainda é um desafio para quem se dedica
ao esporte. “O preconceito ainda existe, apesar de serem muitos os
jogadores que se expõem como cristãos”, conta. Mesmo assim, o atleta
garante que há espaço, ao menos em seu clube, para falar de Deus,
principalmente entre concentrações e intervalos de jogos. “Muitos
jogadores sabem bem das conversas sobre Deus, mesmo não sendo
evangélicos. Alguns, claro, ainda são mais fechados, mas convidamos a
todos para divulgar a palavra de Deus”.
Numa dessas reuniões para falar de Cristo, Júlio contou com
exclusividade, aconteceu a conversão de outro atleta que jogava no clube
na época. O atacante Lulinha, hoje jogando na Europa, aceitou a Jesus
após as reuniões feitas nos vestiários e centro de treinamento. “Ele
(Lulinha) estava num momento difícil, sendo muito criticado e cobrado
pela imprensa e torcida e hoje é, sem dúvida, uma benção. Em momentos
difíceis a religiosidade é tudo”.
Enquanto acontecia a entrevista, o Corinthians se mantinha como líder
do Campeonato Paulista, vaga que nessa segunda-feira, 14, foi ocupada
pelo São Paulo, segundo o critério de número de vitórias (total de nove
partidas vencidas), mesmo após a vitória fora de casa sobre o Mirassol.
Amistoso, o bate-papo contou com a presença dos repórteres Robson
Morais, Vinícius Cintra e integrantes da equipe do portal, além da
esposa, assessor e produtores do jogador, que hoje, além de titular
absoluto, é aclamado pela torcida alvinegra. “Creio que todo meu sucesso
é graças à Deus. Nem nos meus melhores sonhos imaginei viver o que vivo
hoje”.
Em segundo lugar na tabela (com um total de oito vitórias), a guinada
corintiana no campeonato paulista aliviou a tensão provocada pela
eliminação precoce na Copa Libertadores. Na ocasião, nomes como Roberto
Carlos, Ronaldo Fenômeno e o técnico Tite foram os apontados como
principais culpados e vítimas da revolta de parte da torcida. Sujeito a
mesma perseguição, Júlio César se manteve querido, e ainda aclamado na
partida seguinte, contra o rival Palmeiras. “Tudo o que aconteceu após o
dia dois de fevereiro (data da eliminação) foi graças à mão de Deus. No
segundo jogo, quando sofremos o primeiro gol abaixei a cabeça e pedi a
Ele que me protegesse. Quando o jogo acabou eu estava imensamente
triste, mas confiava que Deus estava ali. Claro que desaprovei toda
agressão que foi gerada, mas agradeci porque Ele cuidou bem de mim”,
revelou o jogador.
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