Reconhecido como profeta por judeus e cristãos, a figura bíblica de
Jonas é famosa por ter sobrevivido por três dias no estômago de um
grande peixe no fundo do mar, tendo saído dali para pregar em Nínive. A
tradição milenar que indicava o local de seu túmulo na cidade de Mosul,
no território do atual Iraque, acaba de ganhar um triste capítulo.
Desde
a semana passada surgiram rumores, só agora confirmados oficialmente,
que membros do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) violaram o local.
Chamado de Younis, em árabe, o túmulo de Jonas era um local que atraía
visitantes e ficava em uma mesquita que levava o seu nome.
Um
funcionário do local, Zuhair al-Chalabi, disse durante a nova investida
do ISIS contra os cristãos, o local foi destruído. Ele lamentou que os
membros do ISIS não respeitaram a tradição muçulmana de reconhecer os
profetas antigos e destruíram o túmulo do profeta Younis, tirando dali
os seus conteúdos.
Na interpretação extrema da lei islâmica
defendida pelo ISIS, que ecoa o Talibã, todas as representações de
pessoas e animais são idolatria e proibidas pelo Alcorão.
Além de
destruir museus, mesquitas xiitas e túmulos no território sob seu
domínio, o Estado Islâmico prometeu erradicar os sítios arqueológicos
importantes. A área em torno de Mosul, sede atual do ISIS, abriga 1.791
sítios arqueológicos registrados, incluindo ruínas de quatro capitais do
império assírio. A cidade foi local de diversas batalhas bíblicas do
Antigo Testamento e, de acordo com a tradição judaica e cristã, foi
fundada pelo bisneto de Noé, Nimrode.
Nessa onda de ataques, mais
11 igrejas cristãs foram incendiadas na região de Mosul. Os líderes
cristãos no Iraque lembram que muçulmanos e cristãos viveram
pacificamente por um longo tempo na região lado a lado, mas temem que a
violência atual poderá por fim a quase 2.000 anos de cristianismo no
Iraque. Estima-se que os cristãos do Iraque eram 1.5 milhão em 2003 e
restaram cerca de 400.000 hoje.
Após terem decretado o ressurgimento do califado e sua cruzada para unir todos os muçulmanos do mundo, o ISIS tem crucificado cristãos rotineiramente, destruído suas igrejas e oferecido recompensas para quem entregar os pastores e missionários que vivem no norte do Iraque.
Com informações Christian Post