A Câmara municipal de Nova Odessa, interior de São Paulo, aprovou um
projeto de lei que obriga a leitura da Bíblia nas escolas municipais.
A
lei é de autoria do vereador Vladimir Antônio da Fonseca (SDD) que é
evangélico. Na visão do parlamentar o projeto “não se contrapõe à ideia
de Estado laico” e nem “desafia os valores consagrados na Constituição”.
“A
intenção foi a melhor possível”, disse Fonseca. Mas a proposta de
tornar obrigatória a leitura da Bíblia nas escolas tem gerado debate
entre a população da cidade e entre especialista.
Para a
professora da Faculdade de Direito da USP, Odete Medauar, o projeto é
inconstitucional. “A escola pública é laica e não pode ter influência de
religiões”, disse ela ao jornal Folha de São Paulo.
O
administrador Mauro Facioli, 57, também é contra. “A religião não
deveria entrar no currículo escolar”, disse ele ao jornal. Já o
motorista Luiz Vidal, 63 anos, é a favor. “O povo só quer saber de coisa
errada. Quem sabe estudando a Bíblia não melhora”.
Depois de ser
aprovado pela Câmara o projeto passará pelo prefeito de Nova Odessa,
Benjamim Bill Vieira de Souza (PSDB) que não vê a proposta como algo
ruim, mas é contra a obrigatoriedade.
“O projeto não é ruim. É
bom. A Bíblia é um dos livros mais lidos do mundo. Só a parte da
obrigatoriedade é que acaba criando um transtorno”, disse ele. Souza
deve pedir um parecer da Secretaria de Educação e também do setor
jurídico para decidir se irá sancionar ou vetar a proposta. A ideia do
tucano é melhorar o projeto antes torná-lo lei.
Reprodução: Gospel Prime