domingo, 3 de fevereiro de 2013

Jovem da Lagoinha morre após trabalho missionário

Foto/Internete - Karine orando no culto de jovens
No dia 28 de janeiro, por volta de meio-dia, um passeio turístico tornou-se tragédia para 20 jovens evangélicos que regressavam de Quixabá, Pernambuco. Há 20 dias eles estavam realizando um trabalho missionário chamado Projeto Sertão, da Cruzada Estudantil Profissional para Cristo, cujo objetivo é evangelizar e plantar igrejas em cidades carentes do sertão nordestino. Jovens de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte entusiasmados pela obra do Senhor foram ao projeto que é dirigido pelo pastor Miguel Adailton. No grupo, duas membros de nossa igreja: Ana Cláudia Lemos e Karine Dias.
Na viagem de volta, o ônibus parou em Andaraí, na Bahia para que os jovens pudessem visitar um ponto turístico muito conhecido da região, a cachoeira chamada Toca do Morcego. Ana Cláudia estava no local quando algumas das meninas escorregaram nas pedras e caíram na correnteza. Imediatamente todos fizeram uma corrente para retirar os amigos das águas. Infelizmente, Karine Dias não foi resgatada. Por 40 minutos ela ficou desaparecida até que foi encontrada já sem vida pela equipe de resgate.

A cachoeira é um ponto turístico muito visitado e no momento do acidente a água estava no nível normal. Segundo a proprietária de uma loja de artesanato em frente à cachoeira, nunca houve ali afogamento com morte.

Karine tinha 19 anos e segundo a amiga, Ana Cláudia, todos gostavam muito dela que se relacionava bem com todos da equipe. Ela disse “A gente via Deus na vida dela. Antes de entrar na água ela disse ‘obrigado, Senhor, porque a gente está nessa cachoeira. Obrigado por tudo que aconteceu nesse lugar’”. Segundo Ana, quando Karine foi retirada das águas ela não possuía qualquer arranhão. Nem água tinha nos pulmões. Ela foi encontrada sentada numa rocha. Karine ficou cerca de 40 minutos embaixo d’água. Uma funerária esteve, dia 29 de janeiro, trazendo o corpo para Belo Horizonte.
Karine Dias fazia parte do Ministério Gideões Jovens, participava da companhia de dança IMA (Inspirando Movimento ao Amor) e do teatro. Segundo a jornalista e uma das líderes do Ministério Gideões Jovens, Thaís Silva, Karine gostava muito de moda e era uma menina que buscava a Deus com seriedade.
No facebook seus amigos podem ler o último post de Karine: “Ser usado por Deus no sertão não tem preço! Hoje é o nosso último dia aqui. Daqui algumas horas pegamos estrada e já começamos a pensar no sertão do ano que vem. Obrigada a todos que estiveram nos ajudando em oraçoes, ofertas, etc… A palavra foi pregada, a semente já está lançada. Agora é continuar orando para os frutos se multiplicarem a 100 por 1”.

Curiosamente, Karine havia postado um texto em seu blog e que vem chamando bastante a atenção. Nele a missionária contou uma visão que teve num mar em que lutava contra as ondas, clamava desesperadamente e não recebia socorro de ninguém até que sussurou e veio do céu um leão que acalmava as ondas à medida em que caminhava sobre as águas em sua direção e tudo ficou sereno. Confira o texto na íntegra:

"Não existe uma vida sem tempestade, não existe tempestade sem ondas grandes e não existe barco sem um capitão!

Como de costume, todo ano sou levada para uma sala onde sou quebrada e moldada para alcançar a perfeição dEle.

Eu estava em um barco no meio do oceano, a minha visão só enxergava as ondas e o céu sobre minha cabeça. Eu já estava bem longe de tudo e de todos, era só as ondas e eu.
Eu sentia uma brisa suave que fazia meus cabelos se agitarem e ouvia uma música tão romântica vinda das ondas que acabei deitando no barco e adormecendo. Quando acordei, vi que o sol já tinha dado espaço para a lua e que as estrelas já tinham tomado o seu lugar atrás de grandes nuvens densas.

O barco balançava mais que o normal, as ondas deixaram de ser calmas e começaram a me fazer medo.

O vento estava bravo e forte. Ele queria me intimidar, a chuva tentava me fazer chorar, mas nenhum medo ou lágrima conseguia tomar conta de mim.

Eu sabia que eu não estava sozinha, dentro de mim existia um espírito de alegria, eu só conseguia olhar para aquela tempestade e entoar novos cânticos de louvor e adoração, mesmo que a tristeza viesse para me derrubar.

Parecia que ela vinha junto a uma imensa onda e balançava todo o barco me causando medo e angústia. Ao mesmo tempo que ela estava me abalando eu conseguia me levantar e cantar. Meus tombos foram vários, mas a cada tombo vinha a certeza de um levantar com cânticos novos.

Confiei nas sábias palavras de um marinheiro e não deixei que as ondas fossem maiores que a autoridade dada pelo meu capitão.

Respirei fundo, peguei os remos e tentei remar contra aquela tempestade.
Só que as ondas eram mais fortes e maiores do que eu. Minhas forças já estavam se esgotando, me sentia tonta e perto de desmaiar, mesmo sem ninguém por perto gritei por socorro, ninguém podia me ouvir, mas eu gritava com toda força que ainda me restava.
Foi quando eu olhei para o céu e vi que naquela direção eu não precisava gritar, só sussurrar.

As únicas palavras que eu conseguir dizer foram estas: Capitão, estou em perigo, não tenho forças, tome os remos e assuma o controle.

As palavras saíram como um sussurro, mas com uma força que eu desconhecia. E bem longe surgiu uma figura estranha, algo que eu não conseguia identificar. Ela foi se aproximando em passos lentos, eu apertei bem os olhos sem acreditar no que via, olhei uma, duas vezes e comecei a crer.

Era um leão andando sobre as águas e a cada passo dele uma onda se acalmava. Foi quando ele se aproximou de mim, olhou bem dentro dos meus olhos e rugiu com tanta força que eu fiquei maravilhada. As ondas foram se acalmando, as nuvens escuras sumindo junto com a chuva. E tudo ficou calmo e sereno... Daquela tempestade eu só sai molhada, mas nunca me esquecerei dela.



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