A
Marcha da Maconha do Recife (PE), marcada para o próximo domingo, na
Torre Malakoff, Centro, às 15h, está ameaçada. O movimento, que defende a
legalização do uso da substância pode ser impedido de ir para as ruas
por causa de uma petição assinada por dois deputados pernambucanos (um
estadual e um federal). O documento, entregue na semana passada, em
mãos, ao procurador-geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon, argumenta que a
organização comete crime de apologia ao uso de drogas.
Quem
assina a petição são os deputados da bancada evangélica Adalto Santos,
estadual, e Francisco Eurico, federal. Os dois são do PSB e pastores da
Assembleia de Deus. Mas garantem que o pedido para que a marcha não
aconteça é uma tentativa de defesa dos direitos de todos os brasileiros.
"Como
parlamentar e representante do povo, a gente tem que combater o que vai
fazer mal à sociedade", afirma o deputado Adalto. E completa: "Não
estamos numa ditadura. Deve haver o debate, mas é preciso cuidado.
Porque a decisão do STF semana passada (sobre os direitos civis de
casais homoafetivos) começou assim, com alguém falando que homossexual
sofria preconceito".
Na
opinião do parlamentar, marchar pela legalização da maconha é fazer
apologia às drogas, o que é crime no Brasil. "Já liberaram direitos de
homossexuais, também tem cartilha nas escolas dizendo a crianças de 12
anos que ser homossexual não tem nada de mais. Onde esse País vai parar?
Vamos começar a ver pessoas drogadas dirigindo, pessoas drogadas em
restaurantes e ninguém vai poder dizer nada", comparou o pastor.
Um
dos organizadores da Marcha da Maconha em Pernambuco o jornalista Neco
Tabosa contesta os argumentos dos deputados. Na opinião dele, não há
justificativa para tentar impedir a realização da manifestação.
"Eu
nunca entendi por que eles fazem isso. Depois que a marcha aconteceu
pela primeira vez e ficou claro que não acontece nada de mais, que não
agride a sociedade, não há necessidade para tentar impedir novamente",
afirmou. Ano passado, o promotor José Correia ingressou com ação na
justiça para suspender a marcha, mas o poder judiciário não acatou o
pedido. Já o documento assinado pelos parlamentares pernambucanos foi
encaminhado por Fenelon para distribuição e ainda não foi apreciado.
Fonte: NE10
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