O juiz da 1º Vara da Fazenda Pública de
Goiânia, Jeronymo Pedro Villas Boas, determinou nesta sexta-feira (18),
de ofício, a anulação do primeiro contrato de união estável entre
homossexuais firmado em Goiás, após decisão do Supremo Tribunal Federal
de reconhecer a união entre casais do mesmo sexo como entidade familiar.
Para
Villas Boas, o Supremo "alterou" a Constituição, que, segundo ele,
aponta apenas a união entre homem e mulher como núcleo familiar. "Na
minha compreensão, o Supremo mudou a Constituição. Apenas o Congresso
tem competência para isso.
O Brasil reconhece como núcleo familiar homem e mulher", afirmou. O magistrado analisou o caso de ofício por entender que se trata de assunto de ordem pública.
O Brasil reconhece como núcleo familiar homem e mulher", afirmou. O magistrado analisou o caso de ofício por entender que se trata de assunto de ordem pública.
O
contrato anulado pelo juiz é o que atesta a união estável entre o
estudante Odílio Torres e o jornalista Leo Mendes, celebrado no dia 9 de
maio. Na decisão, Villas Boas argumentou que é preciso garantir
direitos iguais a todos, independentemente "de seu comportamento sexual
privado", mas desde que haja o "cumprimento daquilo que é ordenado pelas
leis constitucionais".
O magistrado afirmou
ainda que o conceito de igualdade previsto na legislação brasileira
estabelece que os cidadãos se dividem quanto ao sexo como "homens e
mulheres, que são iguais em direitos e obrigações".
"A
ideia de um terceiro sexo [decorrente do comportamento social ou
cultural do indivíduo ], portanto, quando confrontada com a realidade
natural e perante a Constituição Material da Sociedade (Constituição da
Comunidade Política) não passa de uma ficção jurídica, incompatível com o
que se encontra sistematizado no Ordenamento Jurídico Constitucional",
disse o juiz na decisão.
Em entrevista por telefone,
Villas Boas afirmou que a decisão do Supremo está fora do "contexto
social" brasileiro. De acordo com ele, o país ainda não vê com
"naturalidade" a união homoafetiva.
"O Supremo está
fora do contexto social, porque o que vemos na sociedade não é aceitação
desse tipo de comportamento. Embora eu não discrimine, não há na minha
formação qualquer sentimento de discriminação, ainda demandará tempo
para isso se tornar norma e valor social", afirmou.
Fonte: Gazeta On Line
Via: www.guiame.com.br
Fonte: Gazeta On Line
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