Príncipe do Funk quer virar pastor. Na porta da
casa de MC Marcinho, em Bangu, chama a atenção um Tucson com o adesivo
"Jesus: neste nome há poder". Não é à toa. Depois de sofrer um acidente
de carro em 2006 e, quando ainda se recuperava, ser vítima de assalto a
mão armada, o cantor se converteu e disse que, por isso, largaria o
funk. Desde então, dezenas de produtores anunciam "shows de despedida".
Mas Marcinho garante: a apresentação desta sexta na Fundição Progresso
não será a última. Ele vai abandonar o funk, mas só depois de divulgar o
CD e DVD "Tudo é festa", que a EMI deve lançar em julho.
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Minha meta é virar pastor e ajudar as pessoas através do testemunho de
que Deus me levantou e me tirou da cadeira de rodas. Mas minha agenda é
muito corrida, e minha vida secular de cantor não me dá tempo -
justifica Marcinho. - Vou parar, e isso é real. Mas tenho shows até o
fim do ano e o contrato do DVD a cumprir com a gravadora.
Gravado há três anos no Circo Voador, o DVD tem participações de Sandra de Sá, Regina Casé e MCs como Bob Rum e Sapão.
O repertório inclui hits das antigas como o "Rap do Solitário" e "Glamourosa" e músicas da nova fase evangélica do cantor, como "Deus é fiel". Marcinho explica a demora do lançamento:
O repertório inclui hits das antigas como o "Rap do Solitário" e "Glamourosa" e músicas da nova fase evangélica do cantor, como "Deus é fiel". Marcinho explica a demora do lançamento:
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Tivemos um problema com o DJ Marlboro, que não queria liberar algumas
músicas minhas para um selo que não fosse o dele. Como a editora dele
tem 25% desses direitos autorais, tivemos que insistir muito, e só agora
ele aceitou. Não tenho raiva ou mágoa nenhuma. Orei bastante e já o
perdoei.
A conversão à Igreja Batista fez o cantor
mudar seus hábitos e se reconciliar com sua primeira mulher, Kelly, mãe
de seus filhos Marcelo, de 9 anos, e Marcele, de 11. Ele é pai também de
Marcinho, de 5, com a funkeira MC Cacau, e de Mateus, de 12, fruto de
um outro relacionamento. Ao contrário de alguns músicos convertidos que
negam seu passado musical, como Rodolfo Abrantes (ex-Raimundos),
Marcinho diz que não se envergonha de nada do que fez no funk.
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O meu pastor é um antigo amigo de noitada, com o qual fazia as coisas
erradas. Bebia demais, traía e mentia para minha mulher. Dizia que ia
viajar para fazer show e saía para jogar. Nunca fui viciado em drogas
como ele, mas meu vício eram jogos de baralho. Perdi dinheiro - ele
lembra.
Marcinho diz nunca ter se envolvido com
traficantes. Sequer gravou proibidões fazendo alusão a violência e
facções criminosas. Mas tem uma música que gostaria de apagar do
portfólio. Na verdade, uma paródia de conotação sexual que ele cantou de
"Detalhes", de Roberto Carlos. Um amigo gravou, e até hoje a versão
gangsta circula pela internet:
- É a única coisa de que me arrependo na vida. Queria pedir perdão pessoalmente ao Rei, de quem sou fã.
Enquanto isso não acontece, ele segue sua missão:
- Vou aonde pastores não entrariam e converto as pessoas até em baile funk.
Fonte: O globo
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