Villas Boas que é pastor evangélico não concorda com a decisão do STF de aprovar a união estável entre pessoas no mesmo sexo
Durante uma entrevista concedida ao programa Fantástico que foi ao ar
no último domingo, 26, o juiz Jeronymo Villas Boas, que ganhou destaque
na mídia por anular o primeiro contrato de união estável entre
homossexuais, afirmou que continuará anulando esses contratos em Goiás.
Villas Boas, que é pastor da Assembleia de Deus Ministério Madureira,
teve a anulação cassada pela corregedora da Justiça de Goiás, Beatriz
Figueiredo Franco, e ainda corre o risco de ser punido, mas ao programa
ele diz que não sente medo. “Medo não faz parte do meu vocabulário”.
Apesar de sua religião, o juiz afirma que sua decisão foi baseada na
própria lei. “O que neste ato pretenderam os dois declarantes é obter a
proteção do estado como entidade familiar. Os efeitos jurídicos que se
extrairia disso são efeitos jurídicos de proteção da família. Eles não
são uma família”, afirma.
Para o juiz, o conceito de família definido pela Constituição
brasileira é apenas para o núcleo formado entre homem e mulher. Por esse
motivo é que ele anula as uniões homoafetivas, pois casais gays não
teriam como constituir nem família nem estado. “Declara no artigo 16 que
constitui família o núcleo formado entre homem e mulher. E dá a esse
núcleo uma proteção especial como célula básica da sociedade. Família é
aquele núcleo capaz de gerar prole”.
Essa posição do juiz vai contra a interpretação do Supremo Tribunal
Federal sobre o que é uma família. “O ministro-relator Ayres Britto
disse que a Constituição apenas silencia e, portanto, não proíbe a união
homoafetiva. Em linguagem poética, o relatório dele, aprovado por
unanimidade, diz que família é um núcleo doméstico baseado no afeto e
que os “insondáveis domínios do afeto soltam por inteiro as amarras
desse navio chamado coração”.
Sob acusação de fundamentalismo religioso, Villas Boas diz que já
chegou a negar isenção de imposto para sua própria igreja e também diz
que é criticado dentro da instituição religiosa por ter influência
marxista (Karl Marx, o fundador do comunismo).
Mesmo assim ele diz que também não vai negar seus princípios
religiosos. “A Constituição brasileira foi escrita sob a proteção de
Deus. Querer que um juiz, que professa a fé evangélica, não decida
questões que envolva conflitos, muitas vezes, de natureza política,
social ou religiosa é negar a independência do juiz”,
Fonte: Portal Gospel
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