Em estado de calamidade pública, Água Preta, a 130 km do Recife, na
Zona da Mata Sul, está com cerca de 25% da população de 33 mil
habitantes desabrigada ou isolada por causa das enchentes ocorridas
nesta semana. Na quinta, o prefeito Eduardo Coutinho mandou a polícia
arrombar uma Igreja Universal
para abrigar quem perdeu suas casas para as chuvas. “Não tínhamos mais
espaço e me vali do decreto de calamidade pública, que me deu respaldo
judicial”, conta. “Arrombamos.”
Já Brasilino Aurino da Silva, de 79 anos, aposentado rural e
assentado do Engenho Camurim Grande, na zona rural, teve de sair de
helicóptero. Foi a única forma de ser levado para fazer hemodiálise no
hospital da cidade. Está na casa de uma filha, em Água Preta, mas,
apesar do cuidado, preferia não ter saído do sítio. “Bom é estar na casa
da gente.”
“Saí de casa com a água no peito”, conta Lindalva Maria da Silva, de
51 anos, que morava no bairro do Forrozão, na parte baixa da área
urbana. Quando chove muito, Lindalva já entra em pânico. Paciente, não
parece se importar com a falta de conforto e de privacidade no
assentamento. “Só saio daqui depois do inverno.”
Fonte: Estadão
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